Sei que na primeira Coletânea falei que este não seria um espaço de dicas sobre o que ouvir ou o que não ouvir, mas resolvi abrir uma exceção para recomendar um dos melhores discos do ano até agora. Aproveitando o gancho desta edição da mixtape, que será recheada de música negra, com a discotecagem Futuráfrica e o show de hip-hop do De Leve, gostaria de expressar a minha surpresa com I´m New Here, álbum novo de Gil Scott-Heron, um dos maiores pilares da música norte-americana e mundial.
Depois de 15 anos sem gravar – desde Spirits, de 1994 -, ele retorna inspirado. Surgido nos anos 60, considerado um “Bob Dylan negro” e chamado de “padrinho do rap” por causa de seus longos monólogos e poesia, Gil Scott-Heron dá esperança para aqueles que querem vê-lo gravando com freqüência novamente. Difícil voltar a ser a mesma voz contestadora, intelectual e tão importante que foi nos anos 70 e começo dos 80, mas só de estar “aí na atividade” já é um alívio.
I´m New Here começa com “On Coming From a Broken Home”, faixa com base eletrônica intimista – assim como a maior parte do álbum -, na qual fala sobre as mulheres de sua família, a mãe e a avó, que o ajudaram na adolescência, quando – por causa de sua habilidade com as palavras - ganhou uma bolsa para estudar em Nova York, abandonando o lar no Tennessee. Na genial “New York is Killing Me”, afirma: “oito milhões de pessoas e eu não tinha sequer um amigo”. Enquanto na bela “Where Did The Night Go”, fala sobre a falta de habilidade de comunicar-se com aqueles que ama.
Scott-Heron está mais reflexivo - provavelmente por causa da idade -, mas sem deixar de ser um crítico social. É bom ver que depois de passar a maior parte dos anos 2000 envolvido em problemas com drogas – o vício em cocaína, que evoluiu para o crack – e ir parar na prisão, como os personagens de suas músicas dos anos 70, ele conseguiu lançar um disco sensacional. Um verdadeiro gênio que volta em grande estilo.
Recado: Prometo rolar uma desse disco na mixtape. A cover de Robert Johnson, “Me and the Devil”, talvez?
Ciro Hamen é um dos organizadores e DJs da mixtape e editor do blog Acento Negativo.
Depois de 15 anos sem gravar – desde Spirits, de 1994 -, ele retorna inspirado. Surgido nos anos 60, considerado um “Bob Dylan negro” e chamado de “padrinho do rap” por causa de seus longos monólogos e poesia, Gil Scott-Heron dá esperança para aqueles que querem vê-lo gravando com freqüência novamente. Difícil voltar a ser a mesma voz contestadora, intelectual e tão importante que foi nos anos 70 e começo dos 80, mas só de estar “aí na atividade” já é um alívio.
I´m New Here começa com “On Coming From a Broken Home”, faixa com base eletrônica intimista – assim como a maior parte do álbum -, na qual fala sobre as mulheres de sua família, a mãe e a avó, que o ajudaram na adolescência, quando – por causa de sua habilidade com as palavras - ganhou uma bolsa para estudar em Nova York, abandonando o lar no Tennessee. Na genial “New York is Killing Me”, afirma: “oito milhões de pessoas e eu não tinha sequer um amigo”. Enquanto na bela “Where Did The Night Go”, fala sobre a falta de habilidade de comunicar-se com aqueles que ama.
Scott-Heron está mais reflexivo - provavelmente por causa da idade -, mas sem deixar de ser um crítico social. É bom ver que depois de passar a maior parte dos anos 2000 envolvido em problemas com drogas – o vício em cocaína, que evoluiu para o crack – e ir parar na prisão, como os personagens de suas músicas dos anos 70, ele conseguiu lançar um disco sensacional. Um verdadeiro gênio que volta em grande estilo.
Recado: Prometo rolar uma desse disco na mixtape. A cover de Robert Johnson, “Me and the Devil”, talvez?
Ciro Hamen é um dos organizadores e DJs da mixtape e editor do blog Acento Negativo.
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