
No último fim-de-semana, indo para São Paulo para confraternizar e causar com alguns amigos, resolvi fazer uma experiência. Sozinho, no ônibus, coloquei o #1 Record no mp3 e fui transportado para outro planeta. Estava nas canções sobre amores perdidos e encontrados de Chilton, nas estradas americanas - afinal, as estradas de noite são todas iguais (ou quase) -, na juventude que desde o início dos anos 70 - época do lançamento dos primeiros discos do Big Star – não mudou muito e só precisa de um baseado para acabar com a monotonia, como ele diz na música “In The Street”, que a maioria deve conhecer por ser a abertura do That 70´s Show (na versão do Cheap Trick).
A inocência da juventude da maneira que só Chilton conseguia colocar em música fica explícita em canções como “Thirteen”, na qual ele diz para a garota que talvez na sexta-feira consiga os ingressos para o baile. Ele entendeu os garotos desajustados e os tímidos, para quem dançar com a amada era mais importante do que qualquer outra coisa. Chilton era um gênio e tentava ficar longe dos holofotes nos últimos anos (tanto que segundo a sua viúva, ele morreu enquanto cortava a grama). Na canção “Alex Chilton”, do Replacements, Paul Westerberg dizia “Children by the millions/Scream for Alex Chilton”, verso que fica como uma espécie de prova da importância do cantor na vida de milhares de pessoas no mundo. O que seria de artistas como Wilco, Elliott Smith e Bright Eyes sem Alex Chilton? Não sei, mas ainda bem que ele existiu.
Ciro Hamen é um dos organizadores e DJs da mixtape e editor do blog Acento Negativo.
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